Triumvirat - Mediterranean Tales (Across The Waters) (1972)

Em 1972, o Triumvirat teve a ousadia de iniciar sua carreira com um álbum semi-conceitual em uma língua estrangeira, um feito notável que merece ser destacado. Embora muitas vezes acusados injustamente pela crítica especializada de serem meros clones do Emerson, Lake & Palmer, relegados a uma espécie de "segunda divisão", o Triumvirat é muito mais do que essa percepção limitada. Suas letras e arranjos possuem uma originalidade singular que, em muitos aspectos, merece mais reconhecimento do que recebeu.

O álbum começa de forma impressionante com o épico “Across the Waters”, uma faixa de mais de dezesseis minutos dividida em seis partes. Este concerto é uma fusão de diversas influências clássicas, que vão desde a música barroca até o romantismo. Os teclados de Jurgen Fritz são simplesmente magistralmente executados. Embora seu sotaque alemão possa ser desafiador para os puristas, isso não diminui o brilho da música. É um começo excelente para uma banda em sua estreia. “Eleven Kids” oferece uma abordagem mais direta e acessível, iniciando com teclados clássicos fortemente sustentados por uma linha de baixo e bateria enérgicas. A música evolui para uma melodia mais simples, revelando o lado pop da banda. Embora não alcance o impacto da faixa de abertura, ainda exibe elementos psicodélicos e acordes clássicos que a tornam uma peça interessante.

“E Minor 5/9” apresenta uma abordagem eclética, com um ritmo de baixo e bateria que carrega um peso próprio. No entanto, no meio da faixa, teclados psicodélicos introduzem um semi-solo que quebra o ritmo repetitivo e adiciona um brilho extra. Esta faixa é possivelmente a que mais remete ao início do Emerson, Lake & Palmer ou até mesmo ao The NiceO álbum encerra com “Broken Mirror”, que considero a melhor faixa do disco. A música exibe um som extremamente clássico e antecipa o que a banda desenvolveria em seus trabalhos posteriores. O trabalho no piano é impressionante, e a estrutura complexa demonstra uma cozinha sólida. A fluidez natural da faixa faz parecer que a banda gravou essa peça como uma “simples brincadeira” no estúdio.

Embora Mediterranean Tales (Across The Waters) não represente o auge da criatividade do Triumvirat — que seria alcançado em seus trabalhos futuros —, ele é um excelente exemplo do potencial da banda e uma adição valiosa para qualquer coleção.

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 In 1972, Triumvirat boldly began their career with a semi-conceptual album in a foreign language, a remarkable feat that deserves to be highlighted. Often unjustly accused by critics of being mere clones of Emerson, Lake & Palmer, relegated to a kind of "second division," Triumvirat is much more than this limited perception. Their lyrics and arrangements possess a unique originality that, in many aspects, deserves more recognition than it has received.

The album starts impressively with the epic “Across the Waters,” a track of over sixteen minutes divided into six parts. This concert is a fusion of various classical influences, ranging from Baroque music to Romanticism. Jurgen Fritz's keyboards are simply masterfully executed. Although his German accent might be challenging for purists, it does not diminish the brilliance of the music. It is an excellent start for a band in their debut. “Eleven Kids” offers a more straightforward and accessible approach, beginning with classical keyboards strongly supported by an energetic bass and drum line. The music evolves into a simpler melody, revealing the band’s pop side. Although it doesn't reach the impact of the opening track, it still displays psychedelic elements and classical chords that make it an interesting piece.

E Minor 5/9” presents an eclectic approach, with a bass and drum rhythm that carries its own weight. However, midway through the track, psychedelic keyboards introduce a semi-solo that breaks the repetitive rhythm and adds extra brilliance. This track is possibly the one that most evokes the early Emerson, Lake & Palmer or even The Nice. The album closes with “Broken Mirror,” which I consider the best track on the record. The music displays an extremely classical sound and anticipates what the band would develop in their later works. The piano work is impressive, and the complex structure demonstrates a solid rhythm section. The natural fluidity of the track makes it seem like the band recorded this piece as a “simple fun” in the studio.

While Mediterranean Tales (Across The Waters) does not represent the peak of Triumvirat's creativity—which would be achieved in their future works—it is an excellent example of the band's potential and a valuable addition to any collection.

NOTA: 7.5/10

Tracks Listing

1. Across the Waters (16:31) :
2. Eleven Kids (6:00)
3. E Minor 5/9 Minor /5 (7:55)
4. Broken Mirror (7:14)

Ouça, "Broken Mirror"



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