Marsbéli Krónikák é um álbum que merece atenção especial dentro do rock progressivo dos anos 80. Apesar da década ser frequentemente vista pelos puristas como menos produtiva para o gênero, Solaris desafia essa visão com um trabalho incrivelmente sólido e criativo. A banda, formada em Budapeste, Hungria, no início dos anos 80, escolheu seu nome inspirado pelo romance de ficção científica Solaris, de Stanisław Lem, uma escolha que reflete o espírito explorador e experimental do grupo.
Um dos aspectos mais marcantes da música do Solaris é sua versatilidade. Enquanto muitas bandas tendem a seguir uma fórmula previsível, o grupo húngaro flui entre diversos estilos musicais com uma coerência impressionante. Eles se mantêm ancorados no rock progressivo sinfônico, mas integram elementos de folk, música eletrônica e espacial, além de toques psicodélicos, criando uma fusão sonora única.
Seu álbum de estreia, Marsbéli Krónikák (ou Crônicas Marcianas), é uma peça conceitual baseada no livro homônimo de Ray Bradbury. Assim como o livro, o álbum explora a chegada do homem a Marte e a subsequente colonização do planeta, temas que a banda traduz em uma jornada musical profunda. O álbum deve ser apreciado como um todo, pois sua continuidade e atmosfera imersiva se perdem se ouvido de maneira fragmentada.
Os músicos desempenham papéis cruciais na construção dessa experiência sonora. Attila Kollár, com sua maestria na flauta e nos sintetizadores, e Róbert Erdész, nos teclados e piano, formam o coração criativo do grupo. Suas contribuições são complementadas pelas guitarras impressionantes de István Cziglán, que adicionam uma profundidade roqueira ao som etéreo e atmosférico da banda.
Embora o álbum tenha suas raízes no rock progressivo sinfônico, ele não se limita a isso. O disco é um exemplo de como a música progressiva pode transcender os limites de gênero, criando algo que é ao mesmo tempo inovador e acessível. Solaris é uma banda que consegue manter uma coesão impressionante em meio à variedade de estilos, o que torna o álbum ainda mais notável.
Ouvir Marsbéli Krónikák é uma experiência enriquecedora, e a banda nos lembra que a criatividade no rock progressivo continuou a prosperar mesmo em uma época em que muitos acreditavam que o gênero havia perdido seu brilho. Oferecendo um álbum cheio de sutilezas e complexidade, a banda cativa tanto os fãs de música sinfônica quanto aqueles que buscam uma viagem sonora única.
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Marsbéli Krónikák is an album that deserves special attention within 1980s progressive rock. Despite the decade often being seen by purists as less productive for the genre, Solaris challenges this view with an incredibly solid and creative work. The band, formed in Budapest, Hungary, in the early '80s, chose its name inspired by the science fiction novel Solaris by Stanisław Lem, a choice that reflects the group's exploratory and experimental spirit.
One of the most striking aspects of Solaris' music is its versatility. While many bands tend to follow a predictable formula, the Hungarian group flows between various musical styles with impressive coherence. They remain rooted in symphonic progressive rock but integrate elements of folk, electronic, and space music, along with psychedelic touches, creating a unique sonic fusion.
Their debut album, Marsbéli Krónikák (or The Martian Chronicles), is a concept piece based on the homonymous book by Ray Bradbury. Like the book, the album explores humanity’s arrival on Mars and the subsequent colonization of the planet, themes that the band translates into a profound musical journey. The album should be appreciated as a whole, as its continuity and immersive atmosphere are lost if listened to in fragments.
The musicians play crucial roles in building this sonic experience. Attila Kollár, with his mastery of the flute and synthesizers, and Róbert Erdész, on keyboards and piano, form the creative heart of the group. Their contributions are complemented by István Cziglán’s impressive guitars, which add a rock depth to the band’s ethereal and atmospheric sound.
Though the album has its roots in symphonic progressive rock, it is not limited to that. The record is an example of how progressive music can transcend genre boundaries, creating something that is both innovative and accessible. Solaris is a band that manages to maintain impressive cohesion amid a variety of styles, which makes the album even more remarkable.
Listening to Marsbéli Krónikák is an enriching experience, and the band reminds us that creativity in progressive rock continued to thrive even in a time when many believed the genre had lost its shine. Offering an album full of subtleties and complexity, the band captivates both fans of symphonic music and those seeking a unique sonic journey.
NOTA: 9/10
Songs / Tracks Listing
1. Marsbéli krónikák I. (The Martian Chronicles I.) (3:34)
2. Marsbéli krónikák II.-III. (The Martian Chronicles II.-III.) (6:32)
3. Marsbéli krónikák IV.-VI. (The Martian Chronicles IV.-VI.) (13:15)
4. M'ars poetica (6:39)
5. Ha felszáll a köd (If the Fog Ascends) (3:58)
6. Apokalipszis (Apocalypse) (3:44)
7. E-moll elõjáték (Prelude in E Minor) (0:29)
8. Legyõzhetetlen (Undefeatable) (2:46)
9. Solaris (4:53)
Ouça, "Marsbéli krónikák IV.-VI."
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