Returned To The Earth - Stalagmite Steeple (2024)

 

Returned To The Earth foi formada 2014 quando os irmãos Robin e Steve Peachey e Paul Johnson decidiram unir suas habilidades e experiências musicais. Cada um dos três trouxeram para a banda a sua bagagem musical, contribuindo assim, para o som característico da banda. Vale destacar também, que a diversidade de influências e estilos musicais presentes em cada um dos três membros resultou em uma fusão brilhante de sons e gêneros.

Desde o seu início, a banda se destacou pela capacidade de combinar elementos de diferentes estilos, criando uma sonoridade rica e multifacetada. Os talentos individuais presente em cada disco e a sinergia coletiva permitiram que o grupo estivesse sempre explorando novas fronteiras musicais, além de experimentar arranjos e métodos composicionais, entregando assim, uma miscelânea de sons, não se prendendo apenas no rock progressivo, sendo possível notar com clareza também, por exemplo, passagens jazzísticas, música eletrônica e música ambiente.

A banda é conhecida por suas longas peças instrumentais que criam paisagens sonoras vastas e emocionantes. Uma das suas principais influências é o Pink Floyd, algo que pode ser reparado principalmente na forma como eles criam atmosferas sonoras e usam efeitos de guitarra e sintetizadores, ao mesmo tempo em que incorporam elementos da música contemporânea e eletrônica, criando assim, um som que é tanto uma homenagem ao passado, quanto uma visão do futuro.

Stalagmite Steeple é o quinto disco da banda e segue a linha principalmente dos de seus dois últimos predecessores, mantendo-se fiel ao estilo de rock acessível e atmosférico. O álbum é ricamente texturizado com uma bela combinação de camadas sonoras. Cada faixa é uma jornada em si, tecendo melodias cativantes com arranjos instrumentais sutis. A produção do disco enfatiza a clareza e a profundidade típica do som da banda, permitindo que cada elemento musical brilhe e contribua para a atmosfera geral.

"Dark Morality" é a peça de abertura e que imediatamente estabelece a atmosfera melancólica e introspectiva que permeia o álbum. Pianos lamentosos criam uma base emocional profunda, os vocais estão carregados de sentimento e autenticidade, enquanto que a guitarra por meio de seus acordes e solos conseguem soar poderosa e delicada ao mesmo tempo. O disco inicia através de uma música que não apenas mantém, mas aprofunda a assinatura sonora da banda, oferecendo uma experiência que é ao mesmo tempo sombria e bela.

"The Final Time" é uma balada cativante que flui sem qualquer esforço por meio de uma batida lenta e envolvente. O piano com suas notas profundas e emotivas, se une a voz trêmula e cheia de sentimento, criando uma atmosfera sombria e introspectiva. A guitarra fluida entrega verdadeiros lamentos que tocam o coração, suas notas ecoam com uma dor sutil e beleza melancólica. A combinação desses elementos cria uma experiência auditiva muito rica, onde a simplicidade da balada esconde camadas de emoções profundas.

"Stalagmite Steeple", a faixa título se destaca como um dos pontos altos do disco. Desde o seu início por meio de um piano solitário que estabelece uma atmosfera introspectiva e melancólica, sua seção intermediária, onde cada nota é cuidadosamente colocada para maximizar o impacto emocional da faixa como um todo, os solos de guitarra que são notáveis, capturando a essência de grandes guitarristas como David Gilmour e Andy Latimer através de uma técnica impecável e uma expressão emotiva profunda, além da seção rítmica com a sua precisão e coesão que sustentam toda a complexidade e dinâmica da composição, tudo ajuda na confecção de uma música perfeita.

"Meaningless to Worth"vai se construindo lentamente por meio de teclas atmosféricas e vocais etéreos. Desde os primeiros acordes, a música envolve o ouvinte em uma paisagem sonora onírica, onde cada nota parece flutuar e entregar um significado profundo. O trabalho dos sintetizadores é brilhante, preenchendo o espaço com camadas ricas. Na parte final, o solo de guitarra acrescenta uma expressão emocional intensa, elevando a música a um clímax poderoso.

"Die For Me" se destaca pela presença de pianos taciturnos, cujas notas suaves e introspectivas criam uma base sombria e envolvente. As linhas de baixo são expressivas, complementando a profundidade emocional da música, enquanto a bateria estilosa adiciona uma camada de ritmo sofisticado. Possui uma parte intermediária marcante, com seu piano minimalista e espaçado, onde as notas são tocadas com precisão e delicadeza, criando uma sensação de suspense e vulnerabilidade. A guitarra delicada que surge nessa seção também é importante para adicionar uma textura etérea.

"The Raging Sea" é a peça de encerramento do disco, e faz isso de forma comovente. Os vocais melancólicos entregam muita profundidade emocional, criando uma sensação introspectiva. A seção rítmica relaxante estabelece uma base calma e constante, proporcionando um pano de fundo sereno que contrasta com a intensidade emocional dos vocais. Enquanto isso, a guitarra apaixonada eleva a música, adicionando camadas de sentimento e expressividade. Essa combinação de elementos traz um final perfeito para o disco, entregando a emoção certa para finalizar uma jornada musical encantadora.

Cada faixa é cuidadosamente construída para levar o ouvinte em uma viagem sônica profunda e significativa. As composições são todas muito bem elaboradas, com suas melodias hipnóticas e texturas sonoras envolventes que mantêm o ouvinte imerso do início ao fim. A produção é impecável, destacando a sensibilidade artística da banda. Os arranjos sofisticados e as performances apaixonadas se entrelaçam perfeitamente, resultando em um álbum que não apenas se ouve, mas se sente profundamente. Por fim, Stalagmite Steeple é um disco que proporciona uma experiência musical rica, introspectiva, hipnótica e de impacto emocional sem precedentes.

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Returned To The Earth was formed in 2014 when brothers Robin and Steve Peachey, along with Paul Johnson, decided to unite their musical skills and experiences. Each of the three members brought their own musical background to the band, contributing to its distinctive sound. The diversity of influences and musical styles within the trio resulted in a brilliant fusion of sounds and genres.

From the beginning, the band stood out for its ability to blend elements from different styles, creating a rich and multifaceted sound. The individual talents present in each album, combined with their collective synergy, allowed the group to continuously explore new musical frontiers. They experimented with arrangements and compositional methods, delivering a mixture of sounds that went beyond progressive rock, seamlessly incorporating elements of jazz, electronic music, and ambient music.

The band is known for its long instrumental pieces that create vast and evocative soundscapes. One of their major influences is Pink Floyd, something that can be particularly noted in how they craft sonic atmospheres and use guitar and synthesizer effects. At the same time, they incorporate elements of contemporary and electronic music, resulting in a sound that pays homage to the past while also offering a vision of the future.

Stalagmite Steeple is the band's fifth album and follows in the footsteps of its two most recent predecessors, staying true to the accessible and atmospheric rock style. The album is richly textured, with a beautiful combination of layered sounds. Each track is a journey in itself, weaving captivating melodies with subtle instrumental arrangements. The album's production emphasizes the clarity and depth typical of the band's sound, allowing each musical element to shine and contribute to the overall atmosphere.

"Dark Morality" the opening track, immediately sets the melancholic and introspective tone that permeates the album. Mournful pianos create a deep emotional foundation, while the vocals are charged with feeling and authenticity. The guitar, through its chords and solos, manages to sound both powerful and delicate at the same time. The album begins with a song that not only maintains but deepens the band's signature sound, offering an experience that is both dark and beautiful.

"The Final Time" is a captivating ballad that flows effortlessly with a slow, engaging beat. The piano, with its deep and emotive notes, joins a tremulous, heartfelt voice, creating a somber and introspective atmosphere. The fluid guitar delivers true laments that touch the heart; its notes echo with subtle pain and melancholic beauty. The combination of these elements creates a rich listening experience, where the simplicity of the ballad hides layers of deep emotions.

"Stalagmite Steeple", the title track, stands out as one of the album's highlights. From its beginning, with a solitary piano that establishes an introspective and melancholic atmosphere, to its middle section, where each note is carefully placed to maximize the track's overall emotional impact, the guitar solos are remarkable, capturing the essence of great guitarists like David Gilmour and Andy Latimer with impeccable technique and deep emotional expression. The rhythm section's precision and cohesion support the complexity and dynamics of the composition, contributing to a perfect track.

"Meaningless to Worth" gradually builds with atmospheric keys and ethereal vocals. From the first chords, the song envelops the listener in a dreamlike soundscape, where each note seems to float and deliver deep meaning. The work on the synthesizers is brilliant, filling the space with rich layers. In the final part, the guitar solo adds intense emotional expression, elevating the track to a powerful climax.

"Die For Me" stands out with its somber pianos, whose soft and introspective notes create a dark and enveloping foundation. The bass lines are expressive, complementing the song's emotional depth, while the stylish drumming adds a layer of sophisticated rhythm. The track features a striking middle section, with its minimalist and spaced-out piano, where the notes are played with precision and delicacy, creating a sense of suspense and vulnerability. The delicate guitar that emerges in this section is also essential in adding an ethereal texture.

"The Raging Sea", the album's closing piece, does so poignantly. The melancholic vocals deliver profound emotional depth, creating an introspective atmosphere. The relaxing rhythm section establishes a calm and steady foundation, providing a serene backdrop that contrasts with the emotional intensity of the vocals. Meanwhile, the passionate guitar elevates the music, adding layers of feeling and expressiveness. This combination of elements brings the perfect end to the album, delivering the right emotion to conclude a captivating musical journey.

Each track is carefully constructed to take the listener on a deep and meaningful sonic journey. The compositions are all well-crafted, with their hypnotic melodies and immersive sound textures keeping the listener engaged from start to finish. The production is impeccable, highlighting the band's artistic sensitivity. The sophisticated arrangements and passionate performances intertwine perfectly, resulting in an album that is not only heard but deeply felt. In conclusion, Stalagmite Steeple provides a rich, introspective, hypnotic, and emotionally impactful musical experience.

NOTA: 9.5/10

Tracks Listing:

1. Dark Morality (7:19)
2. The Final Time (5:00)
3. Stalagmite Steeple (9:58)
4. Meaningless to Worth (6:09)
5. Die for Me (9:09)
6. The Raging Sea (5:36)

Ouça, "Stalagmite Steeple"



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