Azure é uma banda inglesa de rock progressivo com temática de fantasia. O projeto foi formado em 2015 pelo vocalista Christopher Sampson, enquanto estudava música em Brighton. Inspirado pela vasta gama de gêneros emocionantes na cena artística da cidade, Sampson decidiu criar uma banda que pudesse explorar essas influências diversificadas. Foi durante seu tempo em Brighton que Sampson tornou-se amigo próximo do guitarrista Galen Stapley. Juntos, eles começaram a desenvolver o som da banda, que combina a complexidade e a ambição do rock progressivo com narrativas de fantasia épicas.
O som da banda costuma incluir canções que são caracterizadas por linhas melódicas intricadas e envolventes, harmonias vocais ricas, além de ter a capacidade de adicionar uma dimensão extra à cada uma de suas músicas e composições que frequentemente incluem seções instrumentais técnicas e que demonstram a habilidade dos músicos. Influenciada por bandas como Dream Theater e Opeth, também incorpora elementos de bandas mais modernas como Haken e Leprous. Além disso, há uma exploração da música clássica, jazz e rock progressivo 70’s.
Fym, o terceiro disco da banda, apesar de ter um nome tão curto, consegue se estender quase até o limite máximo de 80 minutos permitido por um CD. A princípio, essa longa duração poderia facilmente resultar em uma experiência frustrante e desconexa. No entanto, a banda transforma isso em uma obra coesa e envolvente, soando habilmente dentro de uma mistura de contrastes, entregando desde melodias suaves e introspectivas até arranjos vigorosos e enérgicos.
O que torna Fym um disco tão interessante é a forma como essas variações são integradas de maneira fluida e natural. Não há cortes bruscos ou ações sem sentido, muito pelo contrário, há uma sensação de fluidez que é sustentada por ideias composicionais que demonstram não apenas técnica, mas também uma profunda compreensão de como criar peças que emocionam. Cada faixa acaba contribuindo para um todo coeso.
"The Azdinist / Den of Dawns", música que inicia o disco, entrega arranjos musicais e harmonias vocais envolventes. A partir daqui o disco já soa como uma promessa de algo que vai guiar o ouvinte por uma jornada sonora rica e variada. "Fym", faixa título, possui uma atmosfera edificante, ressoando como uma experiência auditiva que eleva o espírito e traz com ela uma energia positiva. "Mount, Mettle, and Key", iniciando por meio de uma cadência amena que gradualmente se desenvolve, a faixa evolui para uma sonoridade mais enérgica e intensa, mostrando-se uma faixa que funciona em dois estados emocionais.
"Sky Sailing / Beyond the Bloom / Wilt", com seus mais de 11 minutos de duração, destaca-se como um dos épicos do disco, oferecendo uma experiência musical expansiva e atraente – como deve ser trabalhos dessa natureza. Apresenta uma gama diversificada de texturas e camadas que vão desde momentos de delicadeza e introspecção até passagens mais intensas e enérgicas, além de um trabalho vocal bastante expressivo que eleva a profundidade emocional da faixa.
"Weight of the Blade" é uma faixa que se destaca por sua seção rítmica poderosa, guitarra estonteante e vocais enérgicos, exemplificando muito bem a habilidade da banda em criar uma música potente e envolvente. "Kingdom of Ice and Light", no geral entrega uma instrumentação melódica, mas com alguns pequenos “espasmos” energéticos em momentos pontuais que adicionam dinamismo à peça. Christopher atinge uma nota extremamente alta próximo do fim. "The Lavender Fox" destaca a capacidade de Sampson em explorar e brincar com sua própria voz, demonstrando sua versatilidade e criatividade vocal. No entanto, a natureza eufórica da música pode fazer com que ela não funcione tão bem quanto poderia.
"Agentic State" é uma peça edificante que se destaca por vários momentos excelentes, criando uma experiência auditiva inspiradora e emocionalmente gratificante. Desde o início, a música estabelece um tom otimista guiando o ouvinte em uma viagem sônica rica e variada. "Doppelgänger" possui uma cadencia muito boa, principalmente devido ao trabalho da seção rítmica. A faixa se destaca por sua base rítmica robusta e intricada que entrega à música uma sensação contínua de movimento e energia.
"The Portent", inicialmente é bastante melodiosa, mas conforme avança, atinge pontos muito técnicos e intrincados. Essa progressão acaba demonstrando a versatilidade e a habilidade da banda. "Trench of Nalu", com seus 16 minutos de duração, é indiscutivelmente o clímax do álbum, representando o auge criativo e emocional da banda. Uma peça monumental que utiliza um conjunto de passagens emocionantes e variadas, demonstrando plenamente a habilidade, a versatilidade e a criatividade do grupo, impressionando pela profundidade e riqueza da experiência que ela proporciona. "Moonrise" encerra o álbum por meio de uma instrumentação cintilante e atmosférica complementada por vocais melódicos que criam um clima muito sereno.
Ao longo da jornada que é Fym, podemos perceber não apenas uma excelente execução musical, mas também uma capacidade de transmitir vários sentimentos e nuances emocionais. Fym é um álbum que pode parecer desafiar pela sua longa duração, mas também recompensa, revelando novas camadas a cada escuta. Em seu terceiro capítulo discográfico, a Azure acerta mais uma vez.
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Azure is an English progressive rock band with a fantasy theme, formed in 2015 by vocalist Christopher Sampson while he was studying music in Brighton. Inspired by the city’s vibrant artistic scene and its wide array of exciting genres, Sampson decided to create a band that could explore these diverse influences. During his time in Brighton, Sampson became close friends with guitarist Galen Stapley, and together they began to develop the band's sound, which blends the complexity and ambition of progressive rock with epic fantasy narratives.
The band’s music often features intricate and engaging melodic lines, rich vocal harmonies, and the ability to add an extra dimension to their compositions, which frequently include technically challenging instrumental sections that showcase the musicians’ skill. Influenced by bands like Dream Theater and Opeth, Azure also incorporates elements from modern acts such as Haken and Leprous, while exploring classical music, jazz, and 70s progressive rock.
Fym, the band’s third album, despite its short title, stretches nearly to the 80-minute maximum allowed by a CD. At first glance, this lengthy duration could easily result in a frustrating and disjointed experience. However, the band turns this into a cohesive and captivating work, skillfully navigating a mix of contrasts, delivering everything from soft and introspective melodies to vigorous and energetic arrangements.
What makes Fym such an interesting album is how these variations are integrated fluidly and naturally. There are no abrupt cuts or meaningless actions; instead, there is a sense of flow supported by compositional ideas that demonstrate not just technical prowess but also a deep understanding of how to create pieces that evoke emotion. Each track contributes to a cohesive whole.
"The Azdinist / Den of Dawns", the album's opening track, delivers captivating musical arrangements and vocal harmonies. From here, the album already feels like a promise of something that will guide the listener through a rich and varied sonic journey. "Fym", the title track, has an uplifting atmosphere, resonating as an auditory experience that elevates the spirit and brings with it a positive energy. "Mount, Mettle, and Key", starting with a gentle cadence that gradually develops, evolves into a more energetic and intense sound, showcasing a track that operates in two emotional states.
"Sky Sailing / Beyond the Bloom / Wilt," with its over 11-minute duration, stands out as one of the album’s epics, offering an expansive and captivating musical experience—as works of this nature should. It presents a diverse range of textures and layers, from delicate and introspective moments to more intense and energetic passages, along with expressive vocals that elevate the emotional depth of the track.
"Weight of the Blade" is a standout track due to its powerful rhythm section, dazzling guitar work, and energetic vocals, exemplifying the band’s ability to create potent and engaging music. "Kingdom of Ice and Light" generally delivers melodic instrumentation, but with some energetic “bursts” at specific moments that add dynamism to the piece. Christopher hits an extremely high note near the end. "The Lavender Fox" highlights Sampson's ability to explore and play with his own voice, demonstrating his vocal versatility and creativity. However, the euphoric nature of the song might make it less effective than it could be.
"Agentic State" is an uplifting piece that stands out for several excellent moments, creating an inspiring and emotionally gratifying listening experience. From the outset, the song sets an optimistic tone, guiding the listener through a rich and varied sonic journey. "Doppelgänger" has a very good cadence, mainly due to the work of the rhythm section. The track stands out for its robust and intricate rhythmic foundation, which gives the music a continuous sense of movement and energy.
"The Portent" initially is quite melodic, but as it progresses, it reaches highly technical and intricate points. This progression ultimately showcases the band’s versatility and skill. "Trench of Nalu", with its 16-minute duration, is undoubtedly the climax of the album, representing the creative and emotional peak of the band. A monumental piece that utilizes a set of exciting and varied passages, fully demonstrating the group’s skill, versatility, and creativity, impressing with the depth and richness of the experience it provides. "Moonrise" closes the album with shimmering and atmospheric instrumentation, complemented by melodic vocals that create a serene mood.
Throughout the journey that is Fym, one can perceive not only excellent musical execution but also the ability to convey various feelings and emotional nuances. Fym is an album that may initially seem challenging due to its long duration, but it also rewards the listener, revealing new layers with each listen. In their third discographic chapter, Azure delivers once again.
NOTA: 7.5/10
Tracks
Listing:
1.
The Azdinist / Den of Dawns (6:03)
2. Fym (3:20)
3. Mount, Mettle, and Key (5:19)
4. Sky Sailing / Beyond the Bloom / Wilt (11:07)
5. Weight of the Blade (6:22)
6. Kingdom of Ice and Light (6:40)
7. The Lavender Fox (4:10)
8. Agentic State (5:57)
9. Doppelgänger (3:05)
10. The Portent (6:24)
11. Trench of Nalu (16:47)
12. Moonrise (2:53)
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