Comedy Of Errors - House of the Mind (2017)

 

Embora a história da Comedy of Errors tenha começado por volta de 1985, muitas reviravoltas marcaram o caminho da banda até que, finalmente, em 2011, eles pudessem começar a lançar seus álbuns. House Of The Mind é o quarto registro de estúdio da banda (não contando a coleção de demos lançada em 1988). É uma pena que demoraram tanto pra começar com sua discografia, pois cada disco da banda tem uma sonoridade bem interessante. 

House Of The Mind começa com "Tachyon", uma faixa que inicia de forma lenta e melodiosa, mas que logo ganha intensidade, acelerando o ritmo até a entrada dos vocais, que trazem uma sonoridade mais rock, digamos assim. O trabalho de guitarra é excelente, criando uma atmosfera envolvente que marca o início do álbum brilhantemente.

A faixa-título, "House of the Mind", é ambiciosa. Desde o início, a música é repleta de sons e ideias complexas. A banda se mostra inventiva, alternando entre linhas atmosféricas e momentos mais rítmicos. As guitarras estão ótimas, e o trabalho de teclado é vívido, oferecendo belas melodias e uma grande variedade de sons. Essa é uma faixa que não se absorve completamente em uma única audição; são necessárias várias para apreciar plenamente a riqueza de detalhes que ela oferece.

"A Moment's Peace" é uma faixa instrumental que contrasta de forma inteligente com o épico anterior. Com dedilhados e solos sutis de guitarra acústica, bateria e baixo suaves e um teclado que sempre cria uma ótima atmosfera, é uma peça belíssima. "One Fine Day" é a faixa mais curta do álbum. É uma canção fácil e relaxante, onde os vocais brilham como sempre. A faixa alterna momentos liderados por teclados e outros por guitarra, sendo simples e direta, mas essencial para o equilíbrio do disco.

"Song of Wandering Jacomus" é a outra faixa longa do disco e onde o ápice criativo da banda é encontrado. Desde o início, com sons mágicos e cósmicos do teclado, já se sente que algo grandioso está por vir. Em seguida, a música é enriquecida por uma seção excepcional de guitarra e bateria, antes de uma fantástica entrada vocal que, junto à atmosfera orquestral criada pela banda, dá uma sensação onírica à canção. "Song of Wandering Jacomus" se desenvolve de maneira tão natural que seus quase quatorze minutos de duração passam sem que se perceba. Os teclados e a guitarra, mais uma vez, lideram a composição, criando belos momentos que fazem desta uma das melhores faixas já compostas pela banda.

Por fim, temos "Ever Be the Prize", uma faixa bônus que começa com uma introdução cósmica de dois minutos, sem dar pistas sobre o que virá a seguir. Então, a música se transforma em um rock simples, sólido e direto. A faixa se desenvolve com o acompanhamento de sons característicos da banda, que criam climas atmosféricos únicos. Há uma cadência suave no meio da canção, que cresce em harmonia até explodir em um final poderoso, com um ataque pesado de todos os instrumentos sob um solo virtuoso de guitarra.

A Comedy of Errors é uma banda que possui uma grande habilidade em criar álbuns inspiradores, e House of the Mind não foge a essa tradição. O disco consegue transportar o ouvinte para um estado contemplativo, ao mesmo tempo em que exibe o talento indiscutível de cana integrante em equilibrar complexidade instrumental com acessibilidade sonora.

NOTA: 7.5/10

Tracks Listing:

1. Tachyon (6:21)
2. House of the Mind (14:47)
3. A Moment's Peace (4:15)
4. One Fine Day (2:48)
5. Song of Wandering Jacomus (13:47)

Ouça, "House of the Mind"



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