Vietato Ai Minori Di 18 Anni? é um clássico do rock progressivo italiano que se destaca por sua ousadia e abordagem temática controversa. Embora bandas como Premiata Forneria Marconi, Banco del Mutuo Soccorso e Le Orme sejam frequentemente celebradas como as principais representantes do rock progressivo italiano, há muitas outras formações que oferecem experiências musicais intrigantes e complexas. O Jumbo é um exemplo notável dessa diversidade, oferecendo um som que pode ser até mais enigmático e provocativo, especialmente para aqueles dispostos a explorar além dos nomes mais conhecidos.
O título do álbum, que se traduz como “Proibido para menores de 18 anos?”, reflete a abordagem audaciosa e sem censura do grupo. O LP aborda questões sociais e culturais desconfortáveis e frequentemente evitadas, como homossexualidade, masturbação, alienação, alcoolismo, toxicodependência, prostituição e religião. A banda opta por explorar esses temas sem recorrer a alegorias ou disfarces, proporcionando uma visão crua e direta das inquietações que permeiam a sociedade. O álbum é intenso e multifacetado, apresentando uma atmosfera densa que mistura elementos de agressividade e introspecção, com momentos de religiosidade inesperados.
A abertura do álbum, “Specchio”, é um exemplo brilhante da capacidade do Jumbo de combinar diferentes texturas e dinâmicas musicais. Os vocais de Alvaro Fella surgem com força e acolhimento, criando uma base sólida sobre a qual a música se desenvolve. A faixa apresenta uma mistura envolvente de passagens enérgicas e seções mais serenas, com o uso de guitarra acústica e elétrica, órgão, flautas e linhas marcantes de baixo. A bateria poderosa complementa a construção da faixa, enquanto uma pausa instrumental, destacando o violino e o piano em um contexto sombrio, oferece um contraste fascinante. É um começo excelente para o álbum.
“Come Vorrei Essere Uguale A Te” inicia com um piano distante e que rapidamente cede lugar a uma guitarra acústica e depois a uma guitarra elétrica. A linha de baixo é destacada e muito bem executada, enquanto os vocais são contidos e reservados. A segunda metade da música ganha uma nova dimensão com uma bateria mais agressiva e que intensifica a experiência auditiva. “Il Ritorno Del Signor K.” proporciona um respiro necessário no álbum, apresentando uma construção tranquila com guitarra folk e piano. Os vocais são emotivos e a faixa oferece um momento de calmaria antes de seu final um tanto desconcertante que pode deixar o ouvinte com uma sensação de inquietude.
“Via Larga” começa de maneira intrincada e cheia de sons variados, evocando a sensação de um desenho animado em alguns momentos. A música inclui um vocal excelente seguido por um interlúdio pastoral liderado por uma flauta que guia a música através de uma seção instrumental bela e envolvente. A faixa alterna entre momentos serenos e enérgicos, antes de concluir de maneira suave. “Gil” representa o ponto mais experimental do álbum, com passagens assustadoras e influências orientais. Os sons tribais são complementados por Mellotrons e vocais experimentais, tornando a faixa um desafio para o ouvinte, mas também uma experiência muito bem direcionada e coesa.
“Vangelo” continua na atmosfera caótica da faixa anterior, mas com uma maior variedade instrumental. Em menos de seis minutos, a música é capaz de ser suave, melódica, selvagem e poderosa. A diversidade e complexidade da faixa são destacadas pela interação dos instrumentos – guitarra, baixo, bateria e teclados – que brilham em diferentes momentos. “40 Gradi” é talvez a melhor performance vocal de Alvaro Fella no álbum. A faixa combina linhas de baixo pulsantes, trabalhos psicodélicos de guitarra, uma bateria bem posicionada e teclados oníricos, com o uso de saxofone que embora moderado é excelente. A combinação de elementos cria uma faixa marcante e envolvente. “No!” fecha o álbum com uma introdução de guitarra acústica dedilhada que é acompanhada por flauta e baixo. Os vocais são teatrais e a presença do Mellotron é notável, enquanto a bateria e o baixo se destacam com uma sonoridade pesada. A flauta e o órgão adicionam uma camada adicional de complexidade à faixa. Apesar de sua brevidade, “No!” é uma faixa de enceramento eficaz e memorável.
Embora Vietato Ai Minori Di 18 Anni? não seja necessariamente considerado uma obra-prima do rock progressivo italiano, sem dúvida é um álbum clássico e significativo. Com suas ideias musicais fortes e liricamente perturbadoras, ele se alinha facilmente com bandas como Comus ou Jan Dukes de Gray, oferecendo uma visão única e desafiadora dentro do gênero.
================================Vietato Ai Minori Di 18 Anni? is a classic of Italian progressive rock that stands out for its boldness and controversial thematic approach. While bands like Premiata Forneria Marconi, Banco del Mutuo Soccorso, and Le Orme are often celebrated as the main representatives of Italian progressive rock, there are many other formations that offer intriguing and complex musical experiences. Jumbo is a notable example of this diversity, offering a sound that can be even more enigmatic and provocative, especially for those willing to explore beyond the more well-known names.
The album title, which translates to "Forbidden to minors under 18?", reflects the group's audacious and uncensored approach. The LP addresses uncomfortable and often avoided social and cultural issues such as homosexuality, masturbation, alienation, alcoholism, drug addiction, prostitution, and religion. The band chooses to explore these themes without resorting to allegories or disguises, providing a raw and direct view of the anxieties that permeate society. The album is intense and multifaceted, presenting a dense atmosphere that mixes elements of aggression and introspection, with unexpected moments of religiosity.
The album's opener, "Specchio," is a brilliant example of Jumbo's ability to combine different musical textures and dynamics. Alvaro Fella's vocals emerge with strength and warmth, creating a solid foundation upon which the music develops. The track features an engaging mix of energetic passages and more serene sections, with the use of acoustic and electric guitar, organ, flutes, and prominent bass lines. The powerful drumming complements the construction of the track, while an instrumental break, highlighting violin and piano in a somber context, offers a fascinating contrast. It is an excellent start to the album.
"Come Vorrei Essere Uguale A Te" begins with a distant piano that quickly gives way to an acoustic guitar and then to an electric guitar. The bass line is highlighted and very well executed, while the vocals are contained and reserved. The second half of the song gains a new dimension with more aggressive drumming that intensifies the listening experience. "Il Ritorno Del Signor K." provides a necessary breath in the album, presenting a calm construction with folk guitar and piano. The vocals are emotional, and the track offers a moment of calm before its somewhat unsettling ending that may leave the listener with a sense of unease.
"Via Larga" starts in an intricate manner, full of varied sounds, evoking the feeling of a cartoon at times. The song includes excellent vocals followed by a pastoral interlude led by a flute that guides the music through a beautiful and engaging instrumental section. The track alternates between serene and energetic moments before concluding smoothly. "Gil" represents the most experimental point of the album, with eerie passages and Eastern influences. Tribal sounds are complemented by Mellotrons and experimental vocals, making the track challenging for the listener but also a well-directed and cohesive experience.
"Vangelo" continues in the chaotic atmosphere of the previous track, but with a greater instrumental variety. In less than six minutes, the music manages to be gentle, melodic, wild, and powerful. The diversity and complexity of the track are highlighted by the interaction of the instruments—guitar, bass, drums, and keyboards—which shine at different moments. "40 Gradi" is perhaps Alvaro Fella's best vocal performance on the album. The track combines pulsating bass lines, psychedelic guitar work, well-positioned drumming, and dreamy keyboards, with the use of saxophone that, although moderate, is excellent. The combination of elements creates a striking and engaging track. "No!" closes the album with a fingerpicked acoustic guitar introduction that is accompanied by flute and bass. The vocals are theatrical, and the presence of the Mellotron is notable, while the drums and bass stand out with a heavy sound. The flute and organ add an additional layer of complexity to the track. Despite its brevity, "No!" is an effective and memorable closing track.
While Vietato Ai Minori Di 18 Anni? may not necessarily be considered a masterpiece of Italian progressive rock, it is undoubtedly a classic and significant album. With its strong musical ideas and disturbing lyrics, it easily aligns with bands like Comus or Jan Dukes de Grey, offering a unique and challenging vision within the genre.
NOTA: 8.5/10
Tracks Listing
1. Specchio (7:23)
2. Come Vorrei Essere Uguale A Te (5:43)
3. Il Ritorno Del Signor K (2:03)
4. Via Larga (6:59)
5. Gil (7:12)
6. Vangelo? (5:41)
7. 40 Gradi (6:41)
8. No! (2:21)
Ouça, " Specchio"
Vietato Ai Minori Di 18 Anni? is a classic of Italian progressive rock that stands out for its boldness and controversial thematic approach. While bands like Premiata Forneria Marconi, Banco del Mutuo Soccorso, and Le Orme are often celebrated as the main representatives of Italian progressive rock, there are many other formations that offer intriguing and complex musical experiences. Jumbo is a notable example of this diversity, offering a sound that can be even more enigmatic and provocative, especially for those willing to explore beyond the more well-known names.
The album title, which translates to "Forbidden to minors under 18?", reflects the group's audacious and uncensored approach. The LP addresses uncomfortable and often avoided social and cultural issues such as homosexuality, masturbation, alienation, alcoholism, drug addiction, prostitution, and religion. The band chooses to explore these themes without resorting to allegories or disguises, providing a raw and direct view of the anxieties that permeate society. The album is intense and multifaceted, presenting a dense atmosphere that mixes elements of aggression and introspection, with unexpected moments of religiosity.
The album's opener, "Specchio," is a brilliant example of Jumbo's ability to combine different musical textures and dynamics. Alvaro Fella's vocals emerge with strength and warmth, creating a solid foundation upon which the music develops. The track features an engaging mix of energetic passages and more serene sections, with the use of acoustic and electric guitar, organ, flutes, and prominent bass lines. The powerful drumming complements the construction of the track, while an instrumental break, highlighting violin and piano in a somber context, offers a fascinating contrast. It is an excellent start to the album.
"Come Vorrei Essere Uguale A Te" begins with a distant piano that quickly gives way to an acoustic guitar and then to an electric guitar. The bass line is highlighted and very well executed, while the vocals are contained and reserved. The second half of the song gains a new dimension with more aggressive drumming that intensifies the listening experience. "Il Ritorno Del Signor K." provides a necessary breath in the album, presenting a calm construction with folk guitar and piano. The vocals are emotional, and the track offers a moment of calm before its somewhat unsettling ending that may leave the listener with a sense of unease.
"Via Larga" starts in an intricate manner, full of varied sounds, evoking the feeling of a cartoon at times. The song includes excellent vocals followed by a pastoral interlude led by a flute that guides the music through a beautiful and engaging instrumental section. The track alternates between serene and energetic moments before concluding smoothly. "Gil" represents the most experimental point of the album, with eerie passages and Eastern influences. Tribal sounds are complemented by Mellotrons and experimental vocals, making the track challenging for the listener but also a well-directed and cohesive experience.
"Vangelo" continues in the chaotic atmosphere of the previous track, but with a greater instrumental variety. In less than six minutes, the music manages to be gentle, melodic, wild, and powerful. The diversity and complexity of the track are highlighted by the interaction of the instruments—guitar, bass, drums, and keyboards—which shine at different moments. "40 Gradi" is perhaps Alvaro Fella's best vocal performance on the album. The track combines pulsating bass lines, psychedelic guitar work, well-positioned drumming, and dreamy keyboards, with the use of saxophone that, although moderate, is excellent. The combination of elements creates a striking and engaging track. "No!" closes the album with a fingerpicked acoustic guitar introduction that is accompanied by flute and bass. The vocals are theatrical, and the presence of the Mellotron is notable, while the drums and bass stand out with a heavy sound. The flute and organ add an additional layer of complexity to the track. Despite its brevity, "No!" is an effective and memorable closing track.
While Vietato Ai Minori Di 18 Anni? may not necessarily be considered a masterpiece of Italian progressive rock, it is undoubtedly a classic and significant album. With its strong musical ideas and disturbing lyrics, it easily aligns with bands like Comus or Jan Dukes de Grey, offering a unique and challenging vision within the genre.
NOTA: 8.5/10
Tracks Listing
1. Specchio (7:23)
2. Come Vorrei Essere Uguale A Te (5:43)
3. Il Ritorno Del Signor K (2:03)
4. Via Larga (6:59)
5. Gil (7:12)
6. Vangelo? (5:41)
7. 40 Gradi (6:41)
8. No! (2:21)
Ouça, " Specchio"
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