Jean-Pierre Louveton - Le Livre Blanc (2017)

 

Jean-Pierre Louveton é uma figura de destaque no rock progressivo francês contemporâneo, conhecido principalmente por seu trabalho com a banda Nemo. Em sua carreira solo, Louveton mantém a essência progressiva que o consagrou, mas também demonstra uma abordagem distintiva. Ele é um artista multifacetado, dominando não apenas a guitarra, mas compondo também os vocais, o baixo, os teclados, a programação e a percussão. A sua habilidade em mesclar o som característico da Nemo com novas direções musicais faz de sua obra solo uma experiência sonora rica e original.

O álbum abre por meio de "Un Livre Ouvert", criando uma atmosfera aveludada com a suavidade da guitarra acústica. À medida que a música se desenvolve, há uma surpreendente semelhança momentânea com “Sweet Home Alabama”, embora seja a paixão e a intensidade do vocal de Louveton que realmente conduza a faixa. A guitarra de Louveton, acompanhada de influências sintetizadas, leva a música por direções fascinantes. A bateria de Jean Itier, um veterano da Nemo e um dos convidados do álbum, se encaixa perfeitamente, demonstrando sua habitual atenção aos detalhes.

“L'ermite” destaca-se como uma das joias do álbum. Com mais de nove minutos de duração, a faixa oferece uma viagem musical que alterna entre momentos pesados e leves, imersos em riffs melancólicos e um piano sólido de Guillaume Fointaine, também integrante da Nemo. O vocal de Louveton é profundo e solene, proporcionando uma experiência auditiva que revela novas camadas a cada audição. A faixa é realmente incrível, cujos contrastes criam um impacto emocional profundo e evocativo. “Joker” é uma explosão de energia, marcada por mudanças de ritmo e guitarras pesadas que se entrelaçam em riffs penetrantes e licks ousados. Os vocais de Steph Honde, em inglês e com uma entrega selvagem, contrastam com o estilo característico de Louveton, trazendo uma nova dimensão à música. O ritmo pulsante e exuberante adiciona uma vivacidade contagiante, destacando-se como uma celebração musical cheia de vigor.

“Trompe la Mort” oferece um refúgio acústico com uma bela linha de baixo, caracterizando-se por um vocal emotivo e uma atmosfera suave. A percussão tropical e o violão acústico imbuem a faixa com uma delicadeza e groove irresistíveis, criando uma experiência relaxante. “L'étoile du Nord” eleva o álbum com sua combinação de fragilidade acústica e raiva melancólica, abordando temas de amor, fé e coragem. A faixa apresenta riffs limpos de guitarra sobre uma base melódica impressionante, ampliando a característica sinfônica do álbum de forma envolvente e poderosa.

“Convoléances” é uma etapa adicional na jornada musical do álbum. A melodia triste e o vocal emocionante são complementados por uma guitarra sublime e uma bateria sincopada que intensifica o sentimento de agonia. Louveton oferece um solo de guitarra que ilumina a faixa com uma profundidade musical encantadora, resultando em uma canção belíssima “La Peste et le Choléra” começa com uma energia vibrante, impulsionada por um riff pesado e uma melodia dinâmica. A bateria nervosa e o virtuosismo de Louveton transformam a faixa em uma tempestade de notas impressionantes. A segunda seção, falada em inglês, entrega uma dimensão adicional, destacando um solo de baixo marcante e intensificando a excelência musical da faixa.

“Jehanne” é uma peça épica que parece homenagear Joana d’Arc, explorando o potencial do progressivo para narrar eventos históricos com uma abordagem musical contemporânea. Com mais de dez minutos de diversidade dramática, a música é uma combinação emocionante de guitarras, arranjos sinfônicos e um lindo final, repetindo o mesmo tema que inicia o disco por meio de uma guitarra acústica solo, mas agora sendo reproduzido com a banda completa, destacando-se como um dos momentos mais belos do álbum. O disco encerra com a faixa-título, “Le Livre Blanc”, sendo 100% instrumental, a jornada musical termina com uma expressão sinfônica esplêndida. O trabalho de Louveton é impressionante, com notas flexíveis e riffs precisos, enquanto isso, baixo e bateria produzem uma seção rítmica sólida . Esta peça é um excelente exemplo de puro rock progressivo, evidenciando o talento de Louveton.

Em suma, Un Livre Ouvert é um álbum que proporciona uma experiência auditiva profunda e envolvente. A paixão e a habilidade de Jean-Pierre Louveton brilham em cada faixa, e a riqueza musical do álbum revela algo novo a cada audição. Este trabalho é um testemunho do talento de Louveton e uma adição notável ao seu legado musical.

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Jean-Pierre Louveton is a prominent figure in contemporary French progressive rock, best known for his work with the band Nemo. In his solo career, Louveton retains the progressive essence that established him but also showcases a distinctive approach. He is a multifaceted artist, excelling not only on guitar but also composing vocals, bass, keyboards, programming, and percussion. His ability to blend Nemo’s characteristic sound with new musical directions makes his solo work a rich and original auditory experience.

The album opens with "Un Livre Ouvert," creating a velvety atmosphere with the softness of acoustic guitar. As the music develops, there is a surprising momentary resemblance to "Sweet Home Alabama," though it is Louveton’s passionate and intense vocals that truly drive the track. Louveton’s guitar, accompanied by synthesized influences, takes the music in fascinating directions. The drumming of Jean Itier, a veteran of Nemo and one of the album’s guests, fits perfectly, demonstrating his usual attention to detail.

“L'ermite” stands out as one of the album’s gems. With a duration of over nine minutes, the track offers a musical journey that alternates between heavy and light moments, immersed in melancholic riffs and a solid piano by Guillaume Fointaine, also a member of Nemo. Louveton’s vocals are deep and solemn, providing an auditory experience that reveals new layers with each listen. The track is truly remarkable, with its contrasts creating a profound and evocative emotional impact. “Joker” is an explosion of energy, marked by rhythm changes and heavy guitars intertwining in penetrating riffs and bold licks. Steph Honde’s vocals, in English and with a wild delivery, contrast with Louveton’s characteristic style, bringing a new dimension to the music. The pulsating and exuberant rhythm adds a contagious vitality, standing out as a vigorous musical celebration.

“Trompe la Mort” offers an acoustic refuge with a beautiful bass line, characterized by emotive vocals and a smooth atmosphere. Tropical percussion and acoustic guitar infuse the track with irresistible delicacy and groove, creating a relaxing experience. “L'étoile du Nord” elevates the album with its combination of acoustic fragility and melancholic anger, addressing themes of love, faith, and courage. The track features clean guitar riffs over an impressive melodic base, enhancing the album’s symphonic characteristic in an engaging and powerful manner.

“Convoléances” is an additional step in the album’s musical journey. The sad melody and emotional vocals are complemented by a sublime guitar and syncopated drumming that intensifies the feeling of anguish. Louveton delivers a guitar solo that illuminates the track with charming musical depth, resulting in a beautifully crafted song. “La Peste et le Choléra” begins with vibrant energy, driven by a heavy riff and dynamic melody. The nervous drumming and Louveton’s virtuosity transform the track into a storm of impressive notes. The second section, spoken in English, adds an extra dimension, highlighting a distinctive bass solo and intensifying the track’s musical excellence.

“Jehanne” is an epic piece that seems to honor Joan of Arc, exploring the progressive potential to narrate historical events with a contemporary musical approach. With over ten minutes of dramatic diversity, the music is an exciting blend of guitars, symphonic arrangements, and a beautiful ending, repeating the theme that opens the album with a solo acoustic guitar, now performed with the full band, standing out as one of the album’s most beautiful moments. The album concludes with the title track, “Le Livre Blanc,” which is 100% instrumental, as the musical journey ends with a splendid symphonic expression. Louveton’s work is impressive, with flexible notes and precise riffs, while the bass and drums create a solid rhythmic section. This piece is an excellent example of pure progressive rock, showcasing Louveton’s talent.

In summary, Un Livre Ouvert is an album that provides a deep and engaging listening experience. Jean-Pierre Louveton’s passion and skill shine through in every track, and the album’s musical richness reveals something new with each listen. This work is a testament to Louveton’s talent and a notable addition to his musical legacy.

NOTA: 8.5/10

Tracks Listing

1. Un Livre Ouvert (5:55)
2. L'ermite (9:28)
3. Joker (6:38)
4. Trompe La Mort (4:12)
5. L'étoile Du Nord (5:55)
6. Convoléances (5:31)
7. La Peste Et Le Choléra / L'antidote (7:17)
8. Jehanne (10:44)
9. Le Livre Blanc (6:10)

Ouça, "Jehanne"



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