Yes - The Ladder (1999)

 

Ao ter o primeiro contato com The Ladder, a sensação que se tem é de que estamos diante de algo que se desvia do que o Yes havia apresentado em discos anteriores. O novo tecladista, Igor Khoroshev, traz uma dose de criatividade, mas o som do álbum não pode ser considerado como o mais "tradicional" da banda. É uma tentativa decente de se afastar do comercial, algo que afastou alguns fãs menos abertos às novas direções musicais que a banda estava tomando. Contudo, afirmar que o álbum marca uma ressurreição do som progressivo dos anos 70 seria exagero. Também não é justo dizer que é um álbum ruim. The Ladder me deixa em uma posição difícil, em cima do muro. Se fosse o álbum de uma banda de rock progressivo emergente dos anos 90, seria digno de elogios. Mas sendo o Yes, uma das mais — se não a mais — influente do gênero, as expectativas são naturalmente mais altas.

A faixa de abertura, “Homeworld (The Ladder)”, tenta evocar as ideias dos anos 70, com boas harmonias vocais, alternâncias entre guitarras elétricas e acústicas, além de teclados agradáveis. Não chega a ser espetacular, mas tem seus méritos. Em seguida, “It Will Be A Good Day” é uma balada pop sinfônica, novamente com boas harmonias vocais. Embora o teclado tente emular o estilo de Wakeman, falta-lhe o brilho necessário. É uma faixa que não acrescenta muito, mas também não atrapalha.

“Lightning Strikes” na minha opinião é um erro. A introdução meio mambo e a melodia pop se tornam mais irritantes a cada escuta. Ver "dance loops" nos créditos do encarte me faz questionar se isso é realmente um álbum do Yes. É uma faixa completamente esquecível. "Can I?" segue o mesmo caminho, uma reformulação sem inspiração de "We Have Heaven". É como se eu, que mal sei desenhar um castelo com cinco ou seis retas, tentasse recriar a Mona Lisa.

Mas nem tudo é perdido. “Face to Face” desperta interesse, com uma vibração e um duo de guitarras que se encaixam bem na voz de Anderson. Chris Squire finalmente se destaca, tanto como baixista quanto como vocalista de apoio. Contudo, esse momento de brilho é rapidamente apagado por "If Only You Knew", uma faixa amorosa que parece mais uma declaração pessoal de Jon para sua esposa do que uma canção digna do grupo. É o tipo de música que poderia funcionar para uma banda como Boston, mas não para o Yes.

“To Be Alive” também não soa como uma música da banda, mas talvez funcionasse se fosse feita pelo Sting. Que fique claro que eu não tenho nada contra Boston ou Sting, inclusive, gosto de ambos, mas, quando se trata do Yes, essas comparações mostram o quanto a música parece forçada. “Finally” começa promissora, mas acaba se desenvolvendo como uma introdução sem fim, nunca capturando a essência necessária. Tem uma seção melódica bonita e bons vocais, mas falta algo. "The Messenger" preenche o álbum, mas não oferece muito além disso. Com um começo que parece um tributo ao reggae, depois a faixa é desperdiçada.

“New Language” trouxe alguma esperança por sua duração, que ultrapassa os nove minutos. A introdução é forte, pesada e promissora, mas logo se revela uma miragem. Embora tenha bons vocais e uma banda de apoio forte, não consegue sustentar suas ideias ao longo dos quase dez minutos, fazendo com que seus melhores momentos pareçam distantes entre si. O álbum termina mais fraco do que começou, com “Nine Voices”, uma faixa totalmente acústica e sem profundidade, salvo por um violão ou bandolim que a impede de ser totalmente desinteressante.

Embora eu considere The Ladder o melhor álbum do Yes desde Drama, isso não significa que seja uma obra digna de mais elogios do que críticas. Com o tempo, aprendemos a apreciar algo que inicialmente não gostamos, mas isso não é uma regra. The Ladder explora diversos estilos musicais, mas de maneira muitas vezes confusa. Apesar de ser um álbum otimista, cheio de esperança e amor, ele não consegue se conectar profundamente com o ouvinte, como tantos outros lançados anteriormente.

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Upon first encountering The Ladder, there is an immediate sense that it diverges from the sound Yes had established on previous albums. New keyboardist Igor Khoroshev injects a dose of creativity, but the album cannot be considered the band's most "traditional" effort. It represents a decent attempt to distance itself from commercialism, which alienated some fans less receptive to the band's new musical directions. However, to claim that the album marks a resurrection of the '70s progressive sound would be an exaggeration. It’s also unfair to label it as a bad album. The Ladder leaves me in a difficult position, straddling the fence. If it were the debut of a new progressive rock band from the '90s, it would be praiseworthy. But as Yes—one of the most, if not the most, influential bands in the genre—naturally, the expectations are higher.

The opening track, “Homeworld (The Ladder)", attempts to evoke the '70s vibe with good vocal harmonies, alternating electric and acoustic guitars, and pleasant keyboards. It doesn’t reach spectacular heights but has its merits. Next, “It Will Be A Good Day” is a symphonic pop ballad, again featuring good vocal harmonies. Although the keyboard tries to emulate Wakeman’s style, it lacks the necessary sparkle. It’s a track that doesn’t add much but doesn’t detract either.

“Lightning Strikes” is, in my opinion, a misstep. The mambo-like intro and pop melody become increasingly irritating with each listen. Seeing "dance loops" in the credits makes me question if this is truly a Yes album. It’s a completely forgettable track. "Can I?" follows the same path, an uninspired reworking of "We Have Heaven.".It feels as if I, with my rudimentary drawing skills, tried to recreate the Mona Lisa.

But not all is lost. “Face to Face” sparks interest with its vibe and a guitar duo that meshes well with Anderson's vocals. Chris Squire finally stands out, both as a bassist and as a backing vocalist. However, this moment of brilliance is quickly overshadowed by "If Only You Knew", a love song that feels more like a personal declaration from Jon to his wife than a song worthy of the band. It’s the kind of track that might work for a band like Boston, but not for Yes.

“To Be Alive” also doesn’t sound like a Yes song, but it might have worked if performed by Sting. Let me be clear: I have nothing against Boston or Sting; I enjoy both. But when it comes to Yes, these comparisons highlight how forced the music feels. “Finally” starts promisingly but develops into an endless introduction, never capturing the necessary essence. It has a beautiful melodic section and good vocals, but something is missing. "The Messenger" fills out the album but offers little beyond that. Starting with a reggae-like tribute, it’s ultimately squandered.

“New Language” brings some hope with its over nine-minute length. The introduction is strong, heavy, and promising, but soon reveals itself as a mirage. Although it has good vocals and strong band support, it fails to sustain its ideas over nearly ten minutes, making its best moments seem far between. The album ends weaker than it started, with “Nine Voices", a completely acoustic track lacking depth, except for a guitar or mandolin that keeps it from being entirely uninteresting.

While I consider The Ladder the best Yes album since Drama, it doesn’t mean it’s a work worthy of more praise than criticism. Over time, we learn to appreciate something we initially disliked, but that isn’t a rule. The Ladder explores various musical styles but often in a confusing manner. Despite being an optimistic album, full of hope and love, it fails to connect deeply with the listener, unlike many of their previous releases.

NOTA: 4/10

Tracks Listing:

1. Homeworld (The Ladder) (9:33)
2. It Will Be a Good Day (4:53)
3. Lightning Strikes (4:34)
4. Can I? (1:32)
5. Face to Face (5:03)
6. If Only You Knew (5:42)
7. To Be Alive (5:07)
8. Finally (6:01)
9. The Messenger (5:13)
10. New Language (9:19)
11. Nine Voices (3:20)

Ouça, "Face to Face"



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